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Workshop: “Infidelidade(s): Abordagens e Ferramentas para Terapia de Casal” 10 de Janeiro 2014
Um número significativo de pedidos de terapia de casal referem-se a situações de infidelidade, traições ou relações extra-díadicas. Os estudos mostram que estas situações podem ser eficazmente endereçadas em terapia de casal. No entanto, por ser uma situação por vezes associada a elevado conflito na sessão, assim com a quadros clínicos de ansiedade, depressão ou perturbação de stress pós traumático (PTSD), esta temática é também uma das mais dificeis para o profissinal de ajuda.
Objectivos:
- Ilustrar as mais recentes abordagens clínicas e psicoterapêuticas – com suporte empírico- no acompanhamento de casais em situação de infidelidade e relações afectivas e/ou sexuais extra-díade.
- Reflectir sobre os factores que podem influenciar o sucesso terapêutico em situações de relações extra-conjugais.
- Treinar de técnicas específicas e relevantes para a temática da infidelidade.
Metodologias:
- Exposição de informação relevante
- Discussão de casos
- Role-play
10 de Janeiro 2015
Data:
NOVA DATA 10 de Janeiro 2015
Horário:
14h-18h (4h)
Local:
Associação Casa Estrela do Mar, Estrada Poço do chão, 7A, Benfica (Metro Colégio Militar, a 2min do Hospital da luz)
Valor:
50 euros (40 euros para Sócios da Casa estrela-do-mar)
Destinatários:
Psicólogos clínicos, terapeutas de casal e outros profissionais de ajuda. Investigadores com interesse no tema.
Formadores.
Luana Cunha Ferreira: Psicóloga clínica, Doutorada em Psicologia Clínica – Família e Casal (FPUL-FPCEUC), Projecto Intimidades, Membro efectivo OPP.
Francisco Gonçalves Ferreira: Psicólogo clínico (ISPA), Terapeuta Familiar pela Accademia de Psicterapia della Famiglia (Roma, Itália). Membro efectivo OPP.
Inscrições: geral@casaestreladomar.pt
Entretanto, Esther Perel responde a algumas questões chave sobre terapia de casal em situação de infidelidade:
Os 5 princípios da Terapia de Casal eficaz
Será que a terapia de casal é realmente eficaz?
Continuam a surgir muitas dúvidas sobre a real eficácia de terapia de casal, pois apesar de muitas abordagens terapêuticas serem suportadas empiricamente e os resultados a médio a e longo prazo serem satisfatórios, a terapia de casal continua a sofrer de um mal endémico. É um facto inultrapassável que muitos casais ainda só conseguem pedir ajuda quando a insatisfação e os conflitos no casal já atingiram o ponto de não retorno e quando inclusivamente um dos parceiros até já pode ter (secretamente ou não tanto) desistido da relação (i.e.: o investigador e guru da intervenção conjugal John Gottman, mostrou que em média os casais esperam sete anos deste o início dos problemas ou do sofrimento para pedir ajuda).
Marcadores de uma terapia de casal eficaz
Num estudo recente que avaliou os últimos 40 anos de investigação sobre terapia de casal, foram identificados 5 princípios comuns às intervenções mais eficazes na terapia de casal.
A terapia de casal eficaz:
- Altera a visão do casal em relação ao problema que os trouxe à terapia, oferecendo uma nova perspectiva mais objectiva, contextualizada e diádica. Eu acrescentaria ainda que oferece um perspectiva não culpabilizande, o que ajuda o casal a libertar-se para enfrentar os problemas sem o “escudo” paralizante da culpa.
- Modifica os comportamentos disfuncionais, através da identificação de soluções tentadas (e falhadas), das emoções subjacentes aos comportamentos, dos comportamentos que provocam uma escalada no conflito e da exploração de novas estratégias que funcionam.
- Diminui o evitamento emocional, potenciando a demonstração de comportamentos baseados em emoções privadas e autênticas, num contexto seguro para a expressão emocional (com menor risco de retaliação).
- Aumenta os padrões de comunicação construtivos, oferecendo estratégias práticas e individualizadas para uma comunicação mais clara e eficaz, diminuindo as interpretações abusivas, as ‘leituras de mente’ e os mal entendido tantas vezes geradoras de escaladas de conflito supersónicas.
- Enfatiza as forças e os recursos do casal, reforçando os pequenos passos e avanços, e as novas formas encontradas pelo casal, os verdadeiros especialistas na relação, para lidar com as suas dificuldades.
Mais informação aqui.
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Intimidade e desejo: Casais identificam factores promotores e perturbadores
Que factores perturbam ou promovem a intimidade e o desejo no casal?
Num estudo recente com casais portugueses* foram identificados os principais fatores que promovem ou que perturbam a intimidade e do desejo sexual, destacando-se, sobretudo, o impacto percebido do contexto laboral, da parentalidade e das saídas do casal para fora do ambiente familiar.
Através de entrevistas a casais, foram identificados dois padrões emergentes nos fatores que influenciam a intimidade e o desejo sexual:
Factores perturbadores da intimidade e desejo:
- O stress, falta de tempo e fadiga (decorrentes especialmente do trabalho e do apoio aos filhos, família de origem e rede social);
- A rotina ou monotonia (que surgem de forma repetida e consistente nos fatores que mais perturbam a intimidade e o desejo sexua)l;
- O conflito (Esperturbador do desejo).
Factores promotores da intimidade e desejo:
- A mudança ou quebra na rotina;
Imagem por Pieter Van Eenoge (NYT)
- A ausência de stress ou a disponibilidade em termos de tempo e energia;
- A partilha;
- A Autonomia (especialmente promotora do desejo).
É interessante verificar a referência frequente dos participantes a “momentos de saída a dois” (e.g., ‘escapadelas’ de fim de semana) como condensando a maioria dos fatores promotores do desejo e da intimidade, tais como a novidade, a disponibilidade e a partilha, diminuindo a probabilidade de ocorrência de fatores perturbadores, tais como a rotina e interferências de outros subsistemas da vida familiar e social.
Os diversos fatores identificados, neste estudo, como perturbadores do desejo e da intimidade, vão no sentido de investigações recentes, particularmente quanto ao elevado stress decorrente do trabalho, incluindo especialmente as situações laborais precárias ou as dificuldades financeiras**.
E serão estes os temas mais trabalhados na terapia de casal?
Com exceção do conflito e da gestão dos efeitos de spillover trabalho-família ***, os restantes resultados encontrados através das entrevistas aos casais sugerem que os principais temas percecionados com tendo influência no desejo e na intimidade conjugal aparentam ser diferentes dos temas mais trabalhados em terapia de casal e terapia sexual, nomeadamente no que se refere à primazia do trabalho sobre a comunicação e confiança no casal (Gottman & Silver, 1999), possivelmente excluindo os processos mais ligados à gestão da autonomia, autenticidade e privacidade, por exemplo. No entanto, seja através das propostas de Schnarch (2010) ou, de forma mais abrangente, no modelo de Terapia Focada nas Emoções (Johnson, 1996), a intervenção focada no self mas integrada no sistema conjugal aparenta estar a ressurgir.
É importante que os terapeutas de casal estejam alerta para avaliar adequadamente estas influencias de carácter mais contextual (i.e.: vida laboral).
* Ferreira, L.C. (2013). Intimidade e desejo sexual nas relações de casal: O paradoxo da diferenciação conjugal. Tese de Doutoramentos. Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa.
** Štulhofer, Traeen, Carvalheira, 2013
*** Expressão referente à transferência quotidiana do stress laboral para a vida familiar e conjugal (Saxbe, Repetti, & Nishina, 2008).
O que é a terapia de casal?
A terapia de casal é um tipo de intervenção psicoterapêutica que tem como objectivo principal ajudar os casais a identificar padrões de comportamento que causam sofrimento e a encontrar alternativas para um relacionamento mais saudável e satisfeito.
O que faz um terapeuta de casal?
Um terapeuta de casal não é um juiz: o seu trabalho não é o de decidir quem tem razão numa disputa conjugal. O terapeuta de casal estabelece uma relação de ajuda com ambos os parceiros, proporcionado um espaço seguro para a expressão de emoções e de necessidades individuais e conjugais.
Durante as sessões de terapia de casal, é provável que o terapeuta utilize estratégias especificas de forma a ajudar o casal a:
- Promover aquilo que funciona bem no casal.
- Desenvolver novas perspetivas sobre a relação.
- Interromper os padrões de comportamento que não funcionam, especialmente na resolução de conflitos.
- Ajudar os parceiros a experimentar novos comportamentos, papéis e desafios.
- Facilitar a comunicação e expressão de sentimentos.
- Ajudar a regular a distância e dependência no casal.
Que motivos levam os casais à terapia?
Entre os temas mais comuns em terapia de casal estão as dificuldades na transição para a parentalidade, a infidelidade e as relações extra-conjugais, a insatisfação sexual, a monotonia ou desinteresse na relação, os ce problemas de comunicação, as dificuldades em lidar com a família de origem (ou com as tarefas parentais, rede social e gestão doméstica) e, finalmente, as perturbações de saúde física e mental.
Quando pedir ajuda a um terapeuta de casal?
Em média, os casais insatisfeitos demoram 6 anos (Gottman & Gottman, 1999) até pedirem ajuda a um profissional especializado. Frequentemente, o casal sente-se insatisfeito na relação durante algum tempo mas é só num momento de crise 8ou após várias crises) que pede ajuda. É provável que obtenha melhores resultados em terapia se pedir ajuda mais cedo, já que o terapeuta terá mais recursos para trabalhar com o casal.
Como encontrar um bom terapeuta de casal?
Antes de mais certifique-se que é um profissional credenciado:
- É membro efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses? Pode procurar aqui.
- Tem formação aprofundada na área dos casais ou famílias? A terapia conjugal é uma intervenção que requer competências específicas.
- Participa em actividades científicas, de formação ou supervisão? Os CV’s online são uma boa fonte de informação.
- Não hesite em ligar diretamente ao terapeuta e fazer-lhe as perguntas que julgar necessárias.
- Verifique se o preço das consultas é adequado ao seu orçamento Ninguém faz um bom trabalho “instantâneo”, conte com pelo menos 6-10 sessões.
- Pergunte por referências a amigos, colegas, familiares, médico de família, etc.